Depois do comboio do Sargan 8 chegar à estação de Mokra Gora, por muito que tivéssemos gostado de aqui estar – sabemos que está na altura de seguir viagem.
Claro que informações… “tá quieto”… não existem, ninguém sabe. Toda a gente chega a Mokra Gora no seu próprio veículo.
Não conseguimos comunicar. Na recepção do hotel, para pedir uma informação sobre horários de autocarros, o procedimento -ainda que simpático- é ligar a uma amiga de um amigo que fale inglês que entenda o que queremos… e a resposta “?? Lá para as 18h30 deve haver um para Uzice mas não tenho a certeza”…
Os turistas que vieram andar no comboio histórico vão embora nos seus carros e em menos de 10 minutos ficamos sozinhos.
Estamos por nossa conta.
A única coisa que sabemos é que por volta das 16h há um autocarro na direcção de Visegrad (foi nesse que chegámos a Mokra Gora no dia anterior)… e sabemos que existe uma ponte antiga património da Unesco em Visegrad.
Decidimos ir até lá… e de lá seguir para o Montenegro (não sabemos bem como). Uzice é que não!
Enquanto espero pelo autocarro sentada na berma da estrada penso que é por causa disto que eu adoro viajar sem nenhum sentimento que não seja o verdadeiro “que te apetece fazer agora?”
E reaprendo mais tarde -não fosse já estar esquecido- que também de decisões não planeadas podem sair boas surpresas: uma viagem de autocarro no meio de paisagem de tirar o fôlego junto à fronteira da Sérvia com a Bósnia-Herzegovina… ‘uma’ fotografia que já me valeu ter saído de Portugal, tirada da ponte de Visegrad… descobrir que as aparências enganam em Uzice…
Agora só falta aplicar isto ao resto da vida.