2-Novembro-2008
Esta ideia de fazer 3500km de comboio é muito engraçada quando estamos sentados na nossa secretária a idealizar a viagem, em Portugal. Teoricamente são só vantagens:
1º São viagens longas, de mais ou menos 12h, mas vamos confortavelmente a dormir em beliches com colchão e lençol em comboios nocturnos de longo curso;
2º Cada viagem representa menos uma noite que temos de pagar num hotel;
3º Gostamos de andar de comboio.
Mas a irrefutável verdade é que os comboios Tailandeses nunca andam a horas… e as nossas já de si penosas 14h de viagem de comboio de Bangkok para Chiang Mai transformaram-se num abrir e fechar de olhos em 17h de comboio e autocarro.
Tudo devido a algo relacionado com um “desabamento de terras”…
Não sabemos bem o que é… o comboio anda literalmente para trás e para a frente.. Ouvem-se comentários em inglês vindos de alguns turistas que procuram saber o que se passa mas os thais que viajam connosco estão tranquilos… isto é algo normal.
“Carris submersos” é a nova notícia. “O comboio não pode passar”. Temos que ir de autocarro.
Numa estação intermédia fazem-nos trocar de transporte mas somos separados por “thais” e “non-thais”. É a confusão para tentar entrar nos autocarros designados. Ninguém sabe bem quais. Mas para nós é fácil… todos os estrangeiros que aqui estão dirigem-se para Chiang Mai.
Fazem-nos passar à frente de mães com miúdos ao colo. São os turistas que tem permissão para entrar primeiro, são os turistas que vão no maior e melhor autocarro.
andar de comboio é sempre uma aventura, eu gosto.>mas essa mania dos paises que vivem do turismo, de pôr sempre os estrangeiros á frente de tudo, não faz com que as pessoas se sintam viajantes mas se sintam mesmo turistas
vou fazer aqui um pequeno parentsis… >estas viagens de 12/17h, como esta para Chiang Mai, são coisa de 600-800km e os 3500km que falava são a soma de todas as viagens de comboio que pretendiamos fazer na Tailândia/Cambodja. Não é muito, de facto, mas eles não têm TGV.
Estes imprevistos dão mais prazer à aventura.>No momento não achamos piada, mas depois ao recordar sentimo-nos Vivos!!>>beijos
sim, definitivamente… lembramos sempre melhor o que foi difícil.>obrigada pelos comentários.>>🙂
ola! os teus textos são verdadeiros cadernos (diários) de viagem! obrigada por partilhares! já pensaste em escrever para a revista Volta ao Mundo?? bxx
É sempre um prazer ler as linhas deste blog, ainda mais quando os lugares visitados nos são familiares.>Há uma dezena de anos fiz esta mesma viagem mas sem os problemas que o desabamento de terras trouxe. Depois de um trajecto em 3ª classe e bancos de madeira para ir a Ayutthaya, apanhámos o comboio para Chiang Mai. Na gare, ao soar das 18h, o hino nacional tailandês fez-se ouvir e todos os presentes, nós incluídos claro, se levantaram respeitosamente.>>Lá seguimos para o norte no conforto de um beliche com lençóis. E de manhã os olhos abriram-se ao ouvir um funcionário a atravessar as carruagens acordar suavemente os passageiros com a imitação de um gato a miar…
Os teus textos são espetaculares! sentem-se… Já alguém disse que deverias escrever para a “Volta ao Mundo”. Concordo plenamente. Adorei “acompanhar-te” nesta viagem (é que eu comecei pelo fim !)e nas outras… mas há uma que foi + inesquecível, sabes qual ?>>bj
Acho a descrição das viagens perfeita.>Consegue despertar-nos um interesse muito grande por essas distantes paragens pouco conhecidas dos portugueses.>Obviamente que numa viagem tão grande tem de haver alguns imprevistos, coisas que na altura nos poderão ser desagradáveis mas que depois, olhando para trás, só nos trazem boas recordações.>Esses mercados de rua onde se vende de tudo um pouco são uma verdadeira perdição para a carteira e para os nossos olhos.>Quanto às massagens: era tão bom que assim fosse em todos os lados!>boa semana