Chegamos ao TIP (Terminal Integrado de Passageiros) do Recife, com atrasos e paragens para pequeno almoço não aproveitadas, 14h depois de sairmos de Salvador. Foi uma viagem e pêras… mas não afectou a boa disposição.

O Recife é uma cidade industrial. A sua avenida marginal é adepta da cultura do betão com arranha-céus mesmo até à praia. É também uma das cidades mais violentas do Brasil, a par de S. Paulo e Rio de Janeiro… por isso queríamos passar lá o mínimo tempo possível. Seguimos imediatamente para Olinda, a 10km – e uns séculos – de distância.


Olinda vende-se como sendo uma das mais valiosas jóias da arquitectura colonial do Brasil. As ruas de calçada e as casinhas coloridas dizem que sim. As palmeiras ao lado de cada igreja dão-lhe o ar tropical e as ladeiras inclinadas de fazer doer as pernas, o ambiente saloio que eu adorei.


Aqui – em Dezembro – já se prepara afincadamente o Carnaval. As bandas ensaiam, e os blocos saem à rua caracterizados de tambores e pandeiretas na mão. O Carnaval de Olinda é dos mais concorridos do Brasil, depois dos do Rio e Salvador.


Olinda também é uma cidade de artistas. Porta sim, porta sim há um atelier de um pintor/escultor/ilustrador/fazedor de máscaras de carnaval. Adorei bisbilhotar em tudo, só queria ficar mais tempo.

De noite, experimentamos um camarão com molho de côco e mais tarde vamos até à Bodega do Veio onde uma banda tocava um chorinho na rua, um samba lentinho. Há muita gente a dançar, toda gente está misturada a ouvir o chorinho a sair dos instrumentos, sentados no passeio, o turista, o novo, o velho, o camisa rota, o cão. Gostei.

Com o passar da noite Olinda vai-se enchendo de gente – não sei de onde apareceram – fiquei boquiaberta. Perguntamos se é alguma data especial, mas não… é sempre assim quando o Reveillon e o Carnaval se aproximam. São as “prés” como lhes chamam.
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Não tinha a noção que lá eles andam meio ano a preparar o carnaval… e o resto do ano? Ficam de ressaca? eheheh>>Parece uma cidade cheia de cor… mas parecem todas não é?>>Gostei muito desse portão em vermelho sobre azul.
belas fachadas, belas portas, e principalmente belo mural com o neguinho dançante…>finalmente pessoas…>parabéns
obrigada “tu mesmo”.>Realmente pessoas é que não faltavam nessa noite. Não havia bocado de parede ou chão que não estivesse ocupado… a roçar o claustrofóbico mesmo…>>🙂