Ficámos encantados com a simpatia deles e com nossa fortaleza… não sabíamos se ir se ficar… queríamos tudo.
Connosco, a conduzir os camelos, vinha um rapaz de roupagens e turbante azuis. Deixou as sandálias no limiar da areia e fez o caminho todo a pé, descalço.
A viagem durou praticamente 2 horas… e a meio do caminho caiu a noite e levantou-se a Lua no horizonte… cheia.
Perfeito.
Chegámos ao acampamento depois do meu camelo rebolar duna abaixo – comigo em cima – duas vezes… Estavam mais cansados que nós, coitados… Assim, fiz a parte final do percurso a pé porque o bicharoco se recusou a continuar caminho…
Já quase me tinha esquecido de como é difícil caminhar na areia.
Aguardavam-nos homens e rapazes, todos vestidos de azul, os responsáveis pela manutenção do acampamento. Deram-nos as boas vindas e conduziram-nos às tendas negras dispostas em círculo à guarda de uma duna gigante. Havia mesinhas com candeeiros e velas, espreitámos e dentro das tendas vimos camas e cobertores e lençóis… tudo muito acolhedor e confortável para não faltar nada ao turista, claro.
Começaram a tocar e a cantar… nós também, mais desajeitados, e no final dançámos todos juntos até estarmos cansados.
13-Junho-2006, Terça-Feira
Levantámos às 5h00 para ver o nascer do sol nas dunas, já era bem de dia.
Foi duro subir aquela duna gigante com os pés e as pernas a enterrarem-se constantemente… a areia a escorregar.. e nós a escorregarmos com ela… e quanto mais se subia… mais se escorregava, mais vento estava…. e quanto mais vento estava menos podíamos abrir os olhos para olharmos toda a imensidão que nos rodeava…
… … (sem palavras) … … …
Enquanto descia a duna sozinha experimentei o meu primeiro momento de solidão desta viagem. Uma solidão de pessoas. Uma sensação alegre e sorridente de se estar acompanhado de sítios e não de gente. Como se os sítios falassem e as pessoas desaparecessem… ou então como se os sítios fossemos nós.